quarta-feira, 22 de setembro de 2010

E encontrou.

Acordou com a ideia na cabeça de resolver sua vida de uma vez por todas. Iria busca-lo, aonde estivesse.

Levantou da cama, tomou um banho demorado, escovou os dentes. Escolheu dentre suas roupas a mais bonita e apropriada para a ocasião.
Arrumou os cabelos e olhou fixo no espelho, falando consigo mesma.
Decidiu que aquele seria o último dia do resto de sua vida.
Pegou um ônibus e foi até lá.
Apertou em todos os apartamentos até que encontrasse algum nome familiar.
E encontrou.
Perguntou se tal pessoa ainda estava lá e que só sairia de lá com uma resposta, um novo endereço.
Foi ignorada.
Passou o resto do dia em frente aquele prédio.
No fim da tarde, já cansada e sem coragem para tentar novamente, voltou para sua casa.
Lá, tomou um banho longo e pensou muito naquele destino tão incerto.
Colocou uma roupa simples, como se tivesse passado o dia todo em casa. E praticou tarefas corriqueiras a espera de seu companheiro.
Ele chegou, jantaram e foram dormir.
Aquele foi mais um dia, que começou com coragem, saudade e esperança e terminou como todos os outros que haviam começado da mesma forma.
Nenhum deles deu em nada.




(Inspirado em Paralelos no infinito
de Bárbara Fernandez Langsch
http://www.porquequis.blogspot.com/)

Um comentário:

  1. Nossa, que lindo!
    Num dia cotidiano uma idéia louca, a fuga da consciência, ato, fato. Desato?
    Inocência, esperança e no fim, mais reticências deste amor ingrato.


    ______________

    Amei a dedicatória.
    Ainda bem que meus textos servem ao menos para inspirar gente tão talentosa como tu.
    Cada dia melhor, minha preta.
    Beijos aos montes.
    Te amo.

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